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O seu amor é real?

Blogoterapia

É um blog sobre psicoterapia, filosofia, arte e o sentido da vida para passar um conteúdo dinâmico e diário, para troca de conteúdos que possa ser terapêutico.

O seu amor é real?

Um dia desses uma paciente em sofrimento por amar a sua “pessoa errada”, queria saber sobre amor e tinha dúvidas belas e interessantes que justificaria qualquer reflexão. A pior de todas as suas dúvidas era querer responder os porquês do seu coração e tentar compreender os mistérios do nosso amor.

E então o que é o amor?

Como reconhecer se o amor é verdadeiro ou não? Notem que não estamos nos referindo a “um” amor, mas ao amor onde o que interessa é “o” amor, o amor do sonho de todos nós homens e mulheres de todas as idades, de todos os tempos e lugares.

Quando o amor é real? A resposta é “sempre”. O amor é sempre real e na realidade ele quase sempre é uma construção.

O amor, assim como ele é visto no dia a dia, é uma construção dos amantes, daqueles que amam e são amados, e quase nunca têm nada a ver com a pessoa amada, aquela que achamos que é o amor das nossas vidas verdadeiramente.

Esta construção é feita sobmedida, por razões que quase sempre desconhecemos para que soframos o que tem que ser sofrido e desfrutemos aquilo que tem que ser desfrutado, segundo os nossos merecimentos e necessidades psicológicas, transgeracionais e das nossas constelações familiares.

Neste sentido, todo amor é real e verdadeiro. Não existem pessoas erradas. Todas as pessoas são certas e atendem às nossas necessidades, carências inconscientes e chegam até nós exatamente como precisamos.

Não existem pessoas boas ou ruins. O que existem são escolhas. E isto não significa que possamos melhorar as nossas escolhas e escolhermos melhor. Claro que não! As nossas escolhas são sempre certas! As pessoas escolhidas são aquelas que precisamos e que precisam de nós.

Não é possível escolher pessoas como escolhemos frutas na quitanda. A pessoa amada não é escolhida como se fosse maçã na cesta das feiras onde “pegamos” a mais bonita, a melhor, a mais doce e a mais viçosa.

Quando você precisa viver uma experiência, você vai precisar se equivocar e verá aquela pessoa como “única” e como a melhor do planeta para você. Você verá nela tudo o que você precisa ver e vai distorcê-la a favor ou contra você, para que vivar aquilo que precisas viver segundo sua expiação, méritos e culpas.

Todo mundo poderia enxergar coisas óbvias, seus pais poderiam chamar a sua atenção para que deixes de namorar aquela pessoa e para todos os seus amigos é claro aquilo que você não via, mas você precisava “não ver”, de fato aquela era a pessoa certa para você viver o que tinha que ser vivido pelo tempo necessário, na sutileza dos nossos acertos de contas com a vida.

O seu parceiro foi construído e construiu você sobmedida, numa mutualidade especial e cada um é para o outro aquilo que ele precisa e merece. O outro é para você aquilo que você construiu como precisavas e não de outro modo.

Porque escolhemos alguém assim?

É estranho como as nossas escolhas são certas por razões erradas. Se ela escolheu Marcos por suas qualidades, porque ele era inteligente, correto e bonito. Então ela escolheu as suas qualidades e não ele, afinal a “inteligência” é uma qualidade que tantos podem ter, e existem tantas pessoas “corretas” e “bonitas” por todos os lugares do mundo.

Marcos não a escolheu por ser linda, porque lindas muitas mulheres são; algumas são até mais lindas do que “ela” e nem por isto as escolhemos. O que escolheram não foi “a pessoa”, mas um conjunto de qualidades que ela teria “segundo a ótica deles”, cujas podem até ser fruto da sua visão distorcida, e mesmo que fossem reais, elas se perderão com o tempo, como a beleza física que pode acabar e a sexualidade passageira dos amantes que não permanecerá para sempre.

A construção do outro

Parece frio isto, porque tantos trocam seus “amores” por outros amores, porque pareceram ser pessoas “melhores” e então dizem; “agora eu acertei”, e passam horas postando na internet as fotos da sua felicidade que chega a causar inveja. Logo depois você fica sabendo que acabou tudo em nada. O último parceiro é quase sempre o melhor quando começa e é quase sempre o pior quando termina. Por quê?

Porque podemos escolher, entre aspas, um “excelente” parceiro – embora saibamos que não existem pessoas boas ou ruins – portanto, não existem parceiros “excelentes”. Você não imagina a força da vida para fazer acontecer aquilo que precisam acontecer. Quando alguém precisa passar por uma experiência, ele acaba alterando ou adulterando as pessoas que escolhem e encontram e as transforma naquilo que ele precisa, piorando quando precisa que ela seja pior e a melhorando se precisa que ela seja melhor “para seus propósitos”.

Novamente aqui a pessoa amada é uma massa de manobras a partir da qual cada um esculpe aquilo que precisa ser esculpido. As pessoas neste sentido são meras invenções. São produtos criados sobmedida, sempre “on demand” e isto nem sempre fica claro porque as pessoas acham que os seus problemas são “os outros”, que a sua felicidade depende “do outro”, porque segundo o mito, o outro pode “me fazer feliz” ou infeliz, ou que eu posso “fazer o outro feliz” ou infeliz. Até que ponto isto é verdade?

A questão da vítima

No amor e nos relacionamentos não existe vítima. Só existem vítimas em situações de crime, quando uma criança ou um idoso é agredido. Entre adultos normais, ninguém é obrigado a ficar com ninguém. Muitas vezes em situações de violência existem soluções e há como fugir do perigo. Nas relações “de amor ou de ódio” nós nos referimos às escolhas porque no amor e nos relacionamentos o que acontecer é sempre fruto de escolhas.

(Sobre isto, faremos um workshop em Araraquara sobre como crescer em nossos relacionamentos em janeiro, e quem tiver algum interesse poderá fazê-lo e entenderá melhor estas questões que envolvem as constelações familiares.)

Não existem escolhas erradas. Escolhemos sempre as pessoas certas, selecionamos à dedo os parceiros com os quais precisamos padecer ou desfrutar “coisas” – na verdade, todas as coisas são boas e acontecem para sempre o nosso bem e assim elegemos os nossos chicoteadores, abandonadores e os nossos amores.

Podemos nos defender quando alguém nos faz sofrer, quando a relação não dá certo, quando existem conflitos e brigas, mas o que vemos no dia a dia dos consultórios, são pessoas prolongando relacionamentos em que se “dizem infelizes”.

Elas não querem se separar, se traem, agridem e são agredidas até fisicamente, mas raramente procuram as delegacias, fazem boletins de ocorrência e depois cancelam para não prejudicar o parceiro que pode chegar a ser até seu assassino.

Eu aprendi na intimidade do consultório, que algumas vezes, a “vítima” é pior do que seu “algoz” e muitas vezes o assassinado é pior do que o seu assassino.

Sabemos que nenhuma razão justifica nenhuma agressão ou a morte de alguém, mas ainda perguntamos ingenuamente quando ouvimos falar de uma tragédia; “Porque ele ou ela fez isto”. Porque achamos que alguns “por quês” poderiam justificar agressões.

Em todas as situações de agressão existem possibilidades de escolhas por motivos que não sabemos, e nem supomos exatamente o que o assassinado pode ter feito para produzir este seu trágico destino e afinal, todos sabemos tão pouco sobre a vida!

A conquista de alguém

No dia a dia as pessoas falam sobre conquistar e ser conquistado como se isto fosse o normal e o desejável. Entendemos isto se partimos do fato de que todas as coisas estão certas e são meros resultados das nossas escolhas.

Na verdade, não existe conquista uma vez que a pessoa conquistada teve participações ativas no processo, porque esta escolheu se deixar conquistar e muito entre aspas, “deu uma chance” para o seu conquistador.

O conquistado não é um “objeto” passivo que se deixa dominar. Conquista é um conceito militar relacionado com a guerra e onde o ser “conquistado seria apropriado” e o conquistador tomaria posse do seu “troféu”.

Aquele que se deixa conquistar se deixa ser “propriedade” do outro ao qual aceita pertencer, como se fosse um boneco. Na verdade, ninguém é vítima de nada e de ninguém, e de forma alguma pode ser passivamente “arrebatado” como se fosse tomado por um sequestrador.

Quando o amor é real

Quando o amor acontece ele age sozinho como uma sutil e mútua escolha, onde ela em si mesma é apenas uma “possibilidade”. Ninguém ama ninguém sozinho. Os dois sentem no coração que o que está para acontecer é para o bem e tem consciência disto.

Portanto, não existem chances de nada dar errado, com a diferença de que eles sentem e têm consciência de que, aconteça o que acontecer tudo será sempre para o bem, precisaria ser assim e não de outro modo por ser o que eles buscavam.

Os amantes adultos e saudáveis são lúcidos e sabem que as relações não precisam ser maravilhosas e nem extremamente alegres e felizes para serem perfeitas. A riqueza não faz necessariamente os dois felizes, assim como as dificuldades não impede que eles tenham uma vida extraordinária.

Eles sabem que, aconteça o que acontecer, será sempre para o bem, que o outro não é responsável pela nossa felicidade, mas é apenas alguém que continua nos escolhendo apesar de tudo, e aconteça o que acontecer. Eu sei que a única pessoa responsável pela minha felicidade sou eu mesmo.

Os amantes são agradecidos uns para com os outros, não olham para os defeitos e sabem que ele ou ela não tem as qualidades que esperávamos. O outro é alguém que aposta em nós e dedica a vida nos ajudando a resgatar as nossas contas com o mundo e faz isto por amor. É um companheiro de viagem, com quem andaremos talvez até os últimos dias.

Assim como dizia Saint-Exupéry, autor do livro “O pequeno príncipe”, cuja frase se tornou célebre no filme “Love Story” durante a década de 1970: “AMAR NÃO É OLHAR UM PARA O OUTRO, MAS É OLHAR AMBOS PARA A MESMA DIREÇÃO”.

O amor é uma missão e a pessoa amada chega suavemente e a nossa alma permanece em paz com a sua chegada, e por fim, até com a sua partida. A conquista não teria sentido para nada nos relacionamentos humanos.

As qualidades objetivas frequentemente não são sequer observadas, pois elas são construídas por nós no outro, e se ele é a pessoa certa, isto se refere apenas ao fato de que ambos sabem que são imperfeitos, que muitas coisas os farão sofrer, mas que tudo será exatamente como teria que ser.

Portanto agora você já sabe!

Quando o amor de fato chega, você saberá que ele é o seu amor porque você não quererá nada dele a não ser a sua felicidade. Tudo poderia até “dar errado” aos olhos de quem acredita em “sucesso”, fracasso, sorte ou azar.

Existirão dias em que você se dissolverá em lágrimas, e mesmo assim continuara escolhendo e apostando no seu amor, porque você ama e quer se melhorar para que o outro seja mais feliz e todos os seus erros serão oportunidades para a construção da história de amor do seu amor.

Na verdade, não estamos com o outro pelo que ele “é” porque não o conhecemos as suas profundezas, muito menos pelas qualidades que ele “teria”, porque estas qualidades estão em milhões de pessoas pelo mundo afora. Estamos juntos por razões tão inexplicável e misteriosa que seria um pecado compreendê-la!

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José Carlos Vitor Gomes Psic.

José Carlos Vitor Gomes Psic.

Atua como psicoterapeuta, psicoterapeuta familiar e de casal desde 1979. Fez cursos de especialização nos Estados Unidos, Argentina, Colômbia, Itália e no Brasil. Foi um dos pioneiros na divulgação da psicoterapia familiar no Brasil. Foi organizador de 53 eventos com celebridades nesta área com a participação de mais de vinte mil profissionais brasileiros.

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