O rio corre sozinho
O velho sábio dizia: – Esvazie a sua mente. Não tenha formatos em nem contornos! Seja como o riacho que corre. O poço e a cachoeira. Se você põe a água no copo, ela se torna o copo. Se você põe a água na garrafa, ela se torna a garrafa. Se você a põe a água na chaleira, ela se torna a chaleira e assim vai se moldando a tudo sem resistir a nada.
No entanto, ninguém pode parar o rio que corre… a água fluindo com toda a sua força e o seu poder. Ninguém ousa parar o rio que corre. Sejamos, então, como a água que vive a combinar extremos.
A água tem um poder natural, e poderíamos ser como ela, agindo com toda força, e, ao mesmo tempo, com toda suavidade necessária para combinar opostos. Se tendemos para um único extremo, deixamos de lado a sabedoria. Se tendemos para o outro, nos tornamos máquinas, perdemos o coração e deixamos ser humanos.
O sucesso é a combinação de opostos e a vida se tempera com todos os sabores e tem as cores que a gente pinta. Precisamos começar de devagar e mantermos o ritmo e a continuidade no tempo, expandindo e nos recolhendo em todos os sentidos, e assim continuaremos na dança da vida que roda feito bailarina.
Desde o começo dos tempos, a água do planeta tem sido sempre a mesma, sem perder e nem achar uma gota sequer a mais. Imaginemos que a água nunca ficou estável, e nas correntezas, nas tempestades e nas ondas, ela continua fluindo, fluindo, fluindo como o rio que segue o seu destino.