Blogoterapia

É um blog sobre psicoterapia, filosofia, arte e o sentido da vida para passar um conteúdo dinâmico e diário, para troca de conteúdos que possa ser terapêutico.

O dia da nossa morte

No dia da sua morte tudo vai mudar, muita coisa inédita vai acontecer e quase nada ou muito pouco do que fomos vai sobreviver.

A maior parte dos planos que você ainda tinha para realizar, terão que ser desfeitos para sempre. O calendário da sua história que reinou sobre os seus dias por tanto tempo, de repente se tornará sem sentido para você.

Todos os sonhos que você perseguia, às vezes, com tanta fé, serão deixados nas mãos de outras pessoas para cuidar ou descartar.

As correspondências abertas ou fechadas sobre a mesa, as contas, a lista de compras e o pedido da ração dos animais e agora tudo será pendência!

As palavras dos seus críticos que às vezes lhe incomodavam tanto, agora não poderão mais te alcançar. Todos os e-mails na sua caixa de entrada, todos os recados do Whatsapp ficarão sem respostas. Tudo foi silenciado!

Aquelas coisas urgentes que exigiam a sua atenção, serão para sempre acalmadas. As suas decisões erradas, as suas perdas, as decepções e as frustrações, ficarão de vez no passado.

Para dizer a verdade, elas ficarão no lugar onde teriam que ter ficado sempre; o passado.

As preocupações cotidianas, com os cabelos, com os fios que estão ficando brancos, com as manchas da pele, todas estas coisas serão esquecidas.

Cada preocupação com uma gordurinha a mais ou a menos não farão agora mais nenhum sentido.

Todas as tuas rugas, todas as angústias pequenas ou grandes que, por vezes, roubavam o seu sono, agora já não terão mais a menor importância.

Os mistérios intrigantes e profundos sobre a vida e a morte, que tanto lhe consumiram a paz, serão esclarecidos ao seu tempo e de uma forma tão especial como nunca teria sido enquanto vivias.

Todas estas coisas por certo acontecerão no dia em que você partir e você ainda será tudo o que alguém precisa, deseja e sonhava como antes e o será por muito tempo. Você continuará presente na vida daqueles que te amam até o dia do esquecimento inevitável e a tua ausência ainda será forte o suficiente para fazer alguém chorar.

Mas tem algo mais que também acontecerá:

No dia em que você morrer, as poucas pessoas que realmente te conhecem e te amam, vão sofrer profundamente. Elas sentirão o vazio da sua perda, como se ainda não estivessem prontas para viver sem você, e sentirão como se uma parte delas tivesse sido arrancada e ido embora.

As nossas mãos hão de querer acariciar as tuas mãos e elas estarão distantes, embora presentes em nossa memória. Na mesa, talvez haja uma xícara vazia a mais, uma cadeira estranha como se ainda aguardasse a tua chegada.

Nesse dia, mais do que qualquer outra coisa no mundo, alguns lamentarão não ter passado um tempo mais com você. Então, sabendo disto, enquanto ainda vives, tente se lembrar do quanto seu tempo com estas pessoas é finito, passageiro e precioso, que deverias fazer o possível para não desperdiçar um minuto com estas coisas que não nos farão diferença e para ficar um pouco mais com elas.

Tudo vai mudar no dia em que você se for e as lembranças hão aliviar a nossa ausência, embora tantos digam que nos encontraremos na eternidade, mas o nosso coração talvez tenha dificuldades para acreditar nisto.

Meu querido irmão. Minha querida irmã. É assim que eu oro para que você viva. Não agigante os seus problemas. Não complique a sua vida, não valorize as coisas erradas, supérfluas, não crie caso à-toa e não perca a sua paz com coisas bobas ou com pessoas de almas pequenas.

“Basta cada dia e o seu mal”. Mateus 6:34

Não sofra por antecipação, não corra tanto achando que a vida é uma guerra, não perca tempo com quem não valoriza o seu carinho, seu esforço e a sua presença.

Não perca uma chance de abraçar quem você ama e de amar até os inimigos, de rir e jogar conversa fora com quem você gosta, de jogar a bolinha para o seu cachorro buscar mais uma vez, de coçar a barriga do seu gato mais uma vez, de beijar a sua família e passear como os netinhos mais uma vez.

Quando nascemos, ganhamos uma certa quantidade de tempo e de energia que não devemos gastar com as coisas e as pessoas erradas. Não deixe a sua vida ser roubada todos os dias por preocupações e neuras desnecessárias, por inculcações egocêntricas, intolerantes, inflexíveis e mesquinhas.

E como disse o amigo Fábio Teruel: Sim, eu e você morreremos um dia, mas não se esqueça de viver o seu hoje, antes que esse dia chegue, ria, grite, chore, dance, celebre, tente, se arrisque, se declare, sorria e viva. Viva. Viva!!!

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José Carlos Vitor Gomes Psic.

José Carlos Vitor Gomes Psic.

Atua como psicoterapeuta, psicoterapeuta familiar e de casal desde 1979. Fez cursos de especialização nos Estados Unidos, Argentina, Colômbia, Itália e no Brasil. Foi um dos pioneiros na divulgação da psicoterapia familiar no Brasil. Foi organizador de 53 eventos com celebridades nesta área com a participação de mais de vinte mil profissionais brasileiros.

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