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Infidelidade financeira (as novas traições)

Alguns dos meus clientes frequentemente questionam o fato deles em alguns momentos da vida criarem segredos e manterem dinheiro escondido, contas bancárias e poupanças ocultas, eles criam caixa dois, têm uma tendência a não revelarem o quanto ganham e acabam assim omitindo informações sobre dinheiro para o outro.

Quando nos referimos às traições e as infidelidades, este talvez seja um dos aspectos mais importantes que determinam a base e a seriedade da vida familiar. Omitir informações financeiras do parceiro é uma forma grave de traição, às vezes mais importante do que uma traição sexual.

Quando isto acontece, há uma quebra da confiança de um em relação ao outro, porque o dinheiro é uma energia tão poderosa como as energias afetivas e sexuais. Nos Estados Unidos há estudos que comprovam que mais de oito milhões de casais traem os seus parceiros neste aspecto, ou seja, omitindo ou mentindo em relação às finanças. Às vezes eles têm aplicações financeiras, escondem informações, emprestam ou doam recursos do casal para parentes ou até gastam irresponsavelmente sem que o outro saiba.

Estes segredos financeiros perturbam as relações tanto quanto as traições afetivas e fazem parte das novas deslealdades próprias de uma nova era em que a mulher, assim como o homem se associam na produção dos recursos cada vez mais raros e escassos para a família como um todo.

Isto varia desde os limites dos cartões de credito e as contas secretas, e quando eles mentem sobre dinheiro, quebram acordos e regras do casal e as mentiras financeiras são claramente vistas como uma das piores formas de infidelidade e com elas , muitos casais se roubam mutuamente.

Sabemos ainda que as relações afetivas são construídas com base na confiança assim como todos os demais aspectos da vida, e quando há uma deslealdade, uma quebra da confiança neste aspecto, todos os demais valores se quebram, a confiança fica seriamente atacada, cada um vai para um lado e a relação facilmente se romperá.

Também tem sido comprovado que quando um trai em relação a dinheiro podem trair também em relação a outros aspectos da vida, inclusive em relação ao sexo e a intimidade. Tem relações que não conseguem sobreviver a estas mentiras e a decepções desta natureza. Outros chegam a afirmar que perdoariam mais facilmente uma traição sexual do que uma traição financeira.

Quem mantém, por exemplo, uma conta secreta, se comporta tão negativamente como se mantivesse um caso extraconjugal ou uma relação oculta. Quebra de confiança é quebra de confiança. Os que erram num detalhe como este, podem faze-lo em relação a outros aspectos da vida e destruir a relação quando a segurança financeira fica seriamente violada.

Quando isto acontece, a orientação é para que eles revejam os seus acordos e seus valores para que a relação flua. Normalmente estamos diante ou de um casal com problemas de caráter ou de um casal que, embora não saibam, já estão separados e caminham para confirmação do seu rompimento em um breve futuro.

Nenhum problema em termos contas separadas, mas a dificuldade está omissão da verdade. Sabemos que não é bom que um controle completamente a vida outro, tendo senhas e acesso às contas. O que pesa é a omissão, a ocultação da verdade que, no caso de alguns regimes, quando cada um tem a metade do patrimônio que o casal consegue, então estes segredos são “roubos” e um está se recusando a dar ao outro a parte que lhe pertence.

Se um ganha mais do que o outro, precisa ficar claro que a vida é feita de momentos e que um pode estar melhor empregado e ganhar mais hoje, mas no futuro as coisas podem mudar e isto só ficará claro ao longo da vida.

Mas o que dizer daqueles casais onde um cônjuge coloca bens em nome de parentes para que o cônjuge não receba a sua parte. São realmente roubos! Quando isto ocorre, a parte prejudicada tende a dar o troco talvez traindo em outros aspectos, gastando mais como vingança ou para fazer justiça.

Outros violam a segurança financeira do casal fazendo fianças, sendo fiadores, se arriscando em negócios e, às vezes, por inconsequência colocam tudo a perder e toda a família é às vezes punida e passam pelas piores dificuldades.

Quando existe uma união saudável, não há lugar para desonestidades, para omissões e segredos. Relações desonestas não estão em ordem, e porque não funcionam tendem a se acabar.

Algo precisa ser feito, pois afinal, aquilo que as pessoas fazem conosco é um problema delas, mas a nossa defesa, a nossa reação para nos protegermos é uma escolha nossa. Um casal saudável não precisa esconder nada porque não violam os acordos, têm tudo para dar certo, conseguem sucesso e são mais felizes porque a vida fica baseada no amor e na ética, e para dizer a verdade; não existe amor sem ética.

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José Carlos Vitor Gomes Psic.

José Carlos Vitor Gomes Psic.

Atua como psicoterapeuta, psicoterapeuta familiar e de casal desde 1979. Fez cursos de especialização nos Estados Unidos, Argentina, Colômbia, Itália e no Brasil. Foi um dos pioneiros na divulgação da psicoterapia familiar no Brasil. Foi organizador de 53 eventos com celebridades nesta área com a participação de mais de vinte mil profissionais brasileiros.

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