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Como ter um relacionamento feliz – Parte I

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É um blog sobre psicoterapia, filosofia, arte e o sentido da vida para passar um conteúdo dinâmico e diário, para troca de conteúdos que possa ser terapêutico.

Como ter um relacionamento feliz – Parte I

O que fazer para terem um bom relacionamento com a pessoa que você ama? Eu começaria enfatizando que o conceito de felicidade é um pouco utópico e que, na verdade, é possível ter um bom relacionamento sem esperar que ele seja um paraíso feliz porque isto de fato não é real e nem possível.

O relacionamento entre casais, para ser bom ele precisa estar sempre se ajustando e se adaptando às mudanças da vida e da evolução, caso contrário ele não progride e não cresce. Você gostaria de ter alguém igual a você? Você casaria como você? Ter crises significa que eles estão “dialogando”, crescendo e elas são inevitáveis por conta da comunicação que se desenvolve.

É impossível viver sem crises

O que chamamos de “problemas de relacionamento” é, na verdade, a comunicação fluindo, se processando e acontecendo normalmente. Geralmente não se tem paciência para conversar, negociar e compreender o outro sem confrontos e asperezas.

Na verdade, as pessoas estão mais impacientes e tendem a ter comunicação mais difícil, confrontadora e fazem isto para se defenderem e provar que o outro é o errado, enquanto a fala deveria ser apenas um meio para se compreenderem melhor.

A palavra companheiro vem do latim e significa “com panis”, que é a pessoa com quem se partilha o pão, é aquele com quem se segue o caminho por serem namorados, também do latim “in amor atu”, ou seja, aquele com quem alguém se envolveu por amor.

Um relacionamento conjugal se caracteriza por três coisas: entre eles precisa existir sexo, amor e negociação e isto só possível se a comunicação e a vida afetiva entre eles é boa. Vamos abordar alguns destas qualidades que geram a excelência entre eles para que a relação seja amorosa e dê certo.

Sentimento de carinho

Precisa haver entre eles um sentimento de ardor que é um intenso fascínio onde o outro é idealizado, e entre eles persista o desejo mutuo e intenso de estarem juntos. Por vezes existem oscilações de sentimentos e altos e baixos, algo que flui da satisfação quando estão juntos e o desespero por estarem separados ou quando um se perde.

Quando estão há muitos anos juntos, isto é tão forte que é comum quando um falece o outro também pode chegar a morte ou sofrer infinitamente por perder o sentido da vida e por ter ficado só.

Existe uma sensação de que a pessoa amada é insubstituível e única no mundo e, às vezes, o vínculo persiste por décadas. Alguns casais estão juntos há muitos anos e ainda se sentem mexidos quando se veem, como era no começo da vida juntos.

O desvelo e as declarações de amor

O casal precisa do desvelo que é uma tendência a deixar que os parceiros saibam o quando “eles são importantes uns para os outros e então eles dizem algo como: “Eu me preocupo com você”. “Vou zelar por você a vida toda”. “Eu amo você!” e assim eles constantemente se declaram um para o outro e isto é necessário e essencial para manterem a relação.

Existem dois aspectos do desvelo que é o fato de um se preocupar com o bem-estar do outro e estar pronto para ajudá-lo ou protegê-lo “se necessário”. Ao contrário da empregada que faz por ser paga, aquele que ama está à disposição do companheiro por gostar, por sentir algo especial por ele, e assim, a sua preocupação e a afeição são essenciais para o desvelo e a declaração expressa do seu amor.

A expressão afetiva

Em consequência da declaração amorosa tão essencial existem as Expressões do afeto que são formas de acender os sentimentos e manter o desejo do outro e que são óbvias. Com a evolução da relação íntima do casamento, surgem os gestos de afeto como; os abraços francos, os beijos de chegada e despedida e sussurros de palavras de amor em ambientes onde a intimidade está protegida e segura.

O amor tem problemas de memória, e é essencial dizer “eu te amo” todos os dias, e para o casal que deseja ter paz e ser feliz eles precisam saber dizer “Bom dia!”, “Obrigado”, “Com licença” e “Eu te amo”.

Esquecer datas é um desastre e quase que sempre imperdoável!

Está comprovado que os casais precisam dormir juntos todos os dias para que a espontaneidade e o amor flua e quando as relações estão em conflito a expressão afetiva, a cama e o “dormir juntos” tende a desaparecer e a relação perde a sua graça.

A aceitação do outro

A aceitação entre os casais “que se amam” tende a ser incondicional nas relações amorosas e mais maduras. Se estão em crise, as divergências em assuntos polêmicos como traição, religião, política etc. são expressos facilmente e trocam críticas com uma aspereza públicas, na presença dos outros e de filhos. Estando bem, ao contrário, expressam com facilidade as suas gentilezas e convergências.

Um casal saudável conseguiria aceitar as fraquezas do seu companheiro sem fazer julgamentos e sem agir como um juiz. Existem casais que não conseguem conversar porque a vida deles parece um tribunal.

A aceitação é um ato profundamente tranquilizador. Aceitar o outro “como ele é” é um remédio a serviço da cura da relação. Aquele que se sente aceito fica mais saudável por gostar mais de si mesmo, se acha mais bonito e se sente feliz perante a vida.

Quando você aceita o outro isto é percebido como uma atitude de respeito e dá a cada um a sensação de aceitação de si mesmos. Se o casal pudesse se aceitar totalmente – fosse no que fosse –, eles poderiam se relaxar mais e baixar a guarda e é claro que a intimidade entre eles fluiria melhor.

É claro que aceitação não significa fechar os olhos para as falhas do outro, mas, numa atmosfera de aceitação, se consegue elaborar melhor tudo o que vem contramão da vida, as ogrisses, e tudo que interfere no relacionamento.

Note que se o amor for condicionado ao “bom comportamento” do outro, você nunca conseguirá uma boa intimidade que só é possível quando o amor é incondicional, gratuito e o bom comportamento for uma meta a ser conseguida pelos dois juntos. Às vezes, um mal comportamento é construído pelos dois juntos, talvez por autossabotagens e assim como a aceitação e o amor são construídos sistemicamente e inconscientemente pelos dois.

O valor da empatia

Um outro aspecto que ajuda o crescimento do casal interessado em curar as suas relações é a Empatia, que é a capacidade de sintonizar com os sentimentos do parceiro para experimentar, em certa medida, o seu sofrimento e o seu prazer, a sua alegria e a sua dor. Quando as pessoas se atormentam com preocupações, cobranças ou fortes emoções, sejam de tristeza ou de euforia, eles podem temporariamente perder a empatia e ficam distantes um do outro.

(Continua na Parte II)

Fontes: Dr. Aaron Beck, Viktor Frankl e Bert Hellinger em palestras e livros

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José Carlos Vitor Gomes Psic.

José Carlos Vitor Gomes Psic.

Atua como psicoterapeuta, psicoterapeuta familiar e de casal desde 1979. Fez cursos de especialização nos Estados Unidos, Argentina, Colômbia, Itália e no Brasil. Foi um dos pioneiros na divulgação da psicoterapia familiar no Brasil. Foi organizador de 53 eventos com celebridades nesta área com a participação de mais de vinte mil profissionais brasileiros.

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