Blogoterapia

É um blog sobre psicoterapia, filosofia, arte e o sentido da vida para passar um conteúdo dinâmico e diário, para troca de conteúdos que possa ser terapêutico.

A Terra dos “Nenéns”

Os que “nem” estudam e “nem” trabalham

José carlos vitor gomes, psic.

“Os que nem estudam e nem trabalham,
é um exército de seres perdidos, mantidos
por todos nós e pelo país.”

 

Era uma vez um reino onde ninguém ensinava nada a ninguém. Ninguém aprendia nada. E como ninguém ensinava o caminho, ninguém sabia para onde ir, e sem destino, nem tinham razões nenhuma pelas quais viver. Num mundo onde ninguém conduz ninguém a nada, ninguém sabe “para onde ir” e todos erram esquecidos no império dos “Nenéns”.

Os seres “nenéns”, são estas criaturas por nós inventadas, chamados para a vida e para o mundo, como hospedes que convidamos para a nossa casa, porém quando chegam, são maltratados e mal recebidos. Eles ficam por aí à deriva, sem lenço e sem documentos, num mundo onde “nem estudam” e “nem trabalham” e liberdade para cuidarem de si mesmos, eles vivem sem vida e são chamados de “Nenéns”!

Até hoje ninguém lhes pega pelas mãos, nem lhes guiam e nem lhes ensinam que estão aqui “não” para receberem esmolas e ficarem na dependência dos seus pares, dos seus pais e do seu país, mas para viver, plantar e colher.

Mas os “Nenéns” ainda vagam sem carinho, sem caminho e têm fome de educação. Falta-lhes pais que lhes façam paternagem e mães que lhes afaguem em maternagem. Caminham por aí a esmo; sem mapas, sem GPS, sem sentido e sem destino. Não existe uma voz que lhes digam ao que vieram, que estão aí para cuidar e serem cuidados, para guiar e serem guiados no começo da partida, mas depois hão de cuidar de si mesmos, porque este é o sentido da educação que nos liberta e nos formam para viver e trabalharmos com razão.

O império dos “nenéns” não dá conta de cuidar dos seus “nenéns” porque eles crescem rapidamente. A vida pesa. Não é possível cuidarmos mais para que os “nenéns” deixem de ser “nenéns” e assim, eles continuam vivendo como eternos “nenéns”. Crescem, pois crescer inevitável, mas são apenas cascas grandes por fora, vazios por dentro, e por saber que pesam para o mundo, se perdem em suas culpas e adoecem.

Quando se dão conta, o tempo passou, o vazio se instalou, sobrando por vezes, apenas o nada e a marginalidade, o crime, as drogas, a sensação de inutilidade dos que estão por aí diante da guerra do dia a dia, sem armas para o front, sem defesas e sem poder cuidar de si mesmos.

É assim que o reino se torna este padrasto miserável. Esta mãe de nada, de ninguém e de coisa alguma, esta tem terras, rios, mares, caças e peixes, mas a educação que os deveria ensinar a pescar, os tratam como incompetentes e prefere dar os peixes.

O reino é ridiculamente violento e uma das suas piores agressões é sonegação da educação, para que os ignorantes vivam entre peixes sem saber pescar. Você é muito interessante como um “nenen” ignorante. A única forma de recebem bem os nossos hospedes cósmicos é deixando que sejam livres num país rico e farto e que supostamente pertence “aos filhos deste solo, desta mãe doce e gentil, da nossas Pátria amada e prometida e que se chama; Brasil!

Mas não estamos aqui para ficarmos “deitados eternamente num berço esplêndido” porque isto é uma condição que se reserva para uma elite de espertos que não querem educar “nenéns” e nem ninguém, porque os governos maliciosos sabem que uma boa educação é aquela onde não deixa vingar um governo ladrão.

E para concluir, a grandeza e a sabedoria de um bom governo se revela nos cuidados que ele tem com a educação, porque é nela que ele constrói a autonomia e a liberdade, a gentileza e a fé na humanidade. Os governos especiais sabem que a educação aciona a homeostase, a consciência que é a revolução silenciosa, onde o povo agradecido apoia o líder humano e os trapaceados não elegem seus trapaceiros. Mas o povo respeitado e livre supera o vazio e o abismo do sem-sentido, ao passo que os abandonados da “terra de ninguém”, ou melhor; dessa terra de “nenéns” nem sabe que tem.

José Carlos Vitor Gomes, Psic.

Não estudando não se se preparam para a vida continuam aí como seres dependentes, e como seres dependentes não são livres, são tratados como pobres e inválidos, condenados à viverem das esmolas dos governos que precisam dos “nenéns” para mantê-los no trono do reino dos miseráveis.

Tags:
José Carlos Vitor Gomes Psic.

José Carlos Vitor Gomes Psic.

Atua como psicoterapeuta, psicoterapeuta familiar e de casal desde 1979. Fez cursos de especialização nos Estados Unidos, Argentina, Colômbia, Itália e no Brasil. Foi um dos pioneiros na divulgação da psicoterapia familiar no Brasil. Foi organizador de 53 eventos com celebridades nesta área com a participação de mais de vinte mil profissionais brasileiros.

sitedopsicologo.com.br / (19) 99191-5685